Em fevereiro de 2021, completaram-se 12 meses da chegada da pandemia da COVID-19 ao Brasil. Além do impacto marcante sobre o sistema de saúde e a necessidade de todos adotarem hábitos de higiene e distanciamento social, ao longo do último ano, muitas pessoas precisaram também se acostumar a trabalhar em casa. Acontece que essa mudança significou mais do que apenas passar a trabalhar na sala ou no quarto. A alteração causou efeitos psicológicos e emocionais nas pessoas. Consequentemente, a qualidade de sono também foi afetada. Neste texto, mostramos como a adoção repentina do trabalho remoto pegou os brasileiros de surpresa, quais foram as consequências impactos sobre a saúde, a qualidade de sono e quais são as dicas práticas para lidar melhor com esse novo modo de trabalhar. Afinal, a tendência indica que trabalhar em home office seja fortalecida no período de isolamento. Dados sobre home office no Brasil O trabalho em casa foi estratégia adotada por 46% das empresas durante a pandemia, segundo a Fundação Instituto de Administração. A maioria dos trabalhadores tiveram apenas 48 horas entre o aviso de que mudariam o regime de trabalho e a mudança efetiva para home office. De acordo com o IBGE, cerca de 3,8 milhões de brasileiros trabalhavam em casa em 2018. Durante a pandemia, o número de brasileiros em home office saltou para 7,9 milhões. 1 em cada 5 brasileiros lista distrações causadas pela presença da família como o maior desafio do home office. Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, a tendência é que o trabalho remoto cresça 30% após o fim da pandemia. Efeitos do isolamento social sobre o sono
Uma pesquisa realizada pelo Instituto do Sono sobre as mudanças no padrão de sono da população em 2020 demonstrou que mais da metade dos participantes apresentaram piora no sono devido a motivos que incluem a preocupação com os efeitos da pandemia e maior exposição às telas de TV, computador e celular. Entre o grupo que apresentou piora no sono, no período pesquisado, foram realizadas as seguintes constatações: 75,1% têm mais preocupações 64% permaneceram mais tempo na frente de telas 54,1% permaneceram mais tempo em casa 66,8% têm mais dificuldade para dormir 61,6% passaram a se deitar mais tarde 59,4% acordam mais vezes durante a noite De sonho a vilão Apesar da nova prática ter pego tanta gente de surpresa, trabalhar em casa era um sonho antigo de boa parte das pessoas. Antes da chegada da pandemia, o instituto internacional Buffer publicou uma pesquisa que demonstrava que 98% dos participantes afirmavam desejar trabalhar de casa. No Brasil, estudo conduzido pelo Instituto Ipsos em 2019, mostrou que 49% dos brasileiros que já possuem empregos e 55% dos desempregados gostariam de trabalhar remotamente. Como, então, o sonho se transformou em pesadelo? A resposta pode estar no fato de que o problema não é simplesmente trabalhar de casa. No último ano o trabalho remoto foi uma imposição devido às circunstâncias – e muitas pessoas não estavam preparadas para ele. Além disso, diversos fatores contribuíram para a experiência não ser assim tão boa. Podemos citar o medo do novo coronavírus, a redução abrupta das interações sociais e das opções de lazer, a sobrecarga de afazeres domésticos, as preocupações financeiras, o medo de perder o emprego e a convivência prolongada com os membros da família. Todos esses aspectos, juntos, tiveram impacto sobre a saúde física e mental do brasileiro e passaram a atrapalhar as noites de sono. Tudo isso se sobressaiu apesar das vantagens efetivas do home office.
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August 2021
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